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"Mara: O Demônio do Sono" não inova o gênero, mas tem sucesso em explorar a condição da protagonista entre o sobrenatural e a loucura.

Paralisia do sono é uma condição que descoordena o corpo e a mente de uma pessoa enquanto ela dorme, de modo que, ao acordar, o cérebro está funcionando, mas o indivíduo não consegue realizar movimentos corporais. De acordo com a Classificação Internacional do Sono, ela atinge uma a cada 1000 pessoas e pode vir acompanhada de alucinações. De acordo com a ciência, a condição está ligada a estresse, ansiedade, privação de sono ou como sintoma de alguma doença. Contudo, há quem diga que a paralisia do sono é algo sobrenatural e aparece em várias culturas como a experiência de ser pressionado ou apertado durante o sono por um demônio.

https://www.youtube.com/watch?v=ZOoqPCnuY24

O filme Mara: O Demônio do Sono (2018) é baseado nessa segunda justificativa e tem sua trama voltada para mortes inexplicáveis e com o mesmo padrão: vítimas que se queixam de paralisia do sono e, um dia, são encontradas em suas camas com os corpos contorcidos e com expressão facial de pânico.

Kate Fuller (Olga Kurylenko) é uma psicóloga forense que participa da investigação da morte de um homem. A principal suspeita é Helena (Rosie Fellner), a esposa, que jura de pés juntos que o cônjuge foi morto por um demônio do sono. Por não ser uma situação habitual, a polícia encarrega Kate de decidir se a suspeita deveria ir para a prisão ou para um hospital psiquiátrico, de acordo com sua sanidade mental.

Inicialmente, Kate vê a situação de uma maneira bem racional e atesta que Helena precisa de acompanhamento psicológico. Contudo, quando outro homem aparece morto e com a mesma condição física que a primeira  vítima, Kate passa a olhar para o caso de outro modo e encontra várias pessoas apavoradas pelo mesmo demônio do sono, também chamado de Mara.

O grande terror do filme fica nas mãos de Mara, que é um ser super esquisito e assustador. Quem interpreta o demônio é Javier Botet, que atua como “bizarrices” em vários outros filmes do gênero, como [Rec] (2007), Mama (2013) e A Múmia (2017). Com 1,98 metro de altura e uma grande habilidade em se contorcer, suas aparições causam frio na barriga. Claro que existem efeitos especiais por trás dos personagens (imagine ser feio assim na vida real?), mas é preciso talento para fazer tudo o que ele faz.

O longa de Clive Tonge mantém um roteiro bem óbvio com uma personagem central que, inicialmente, não acredita em demônios mas, quando sua vida começa a ficar afetada, não tem como não acreditar. Felizmente, Kate é bem inteligente e consegue juntar as peças rápido e é capaz de encontrar certa lógica por trás de tudo.

Apesar de não mostrar nenhuma novidade e ser bem previsível, principalmente por ter efeitos sonoros que claramente irão anteceder alguma cena assustadora – algo que eu, pessoalmente, não gosto – é um bom filme. Mara – O Demônio do Sono consegue entreter, causar frio na barriga e dar aquele medo de fechar os olhos à noite depois de assistir.


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Mara: O Demônio do Sono (2018) está disponível na Netflix.

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