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Divagando / “A métrica do mercado da música ditada pelo sucesso com o público”

Seria a métrica da música ditada pela audiência um determinante para a popularização, sucesso e estabilidade dos artistas contemporâneos?

IZA, Jão e Luísa Sonza são três artistas do mercado da música da atualidade que conquistaram espaço na mídia graças ao público.

Hoje, temos cantores vindos das redes sociais para o reconhecimento em grandes veículos tradicionais de comunicação (Rádio, TV e etc), artistas que conseguiram através das plataformas digitais a fama e audiência. O percurso de um artista que inicia sua carreira nas plataformas online (redes sociais e YouTube) até ser reconhecido como um “sucesso midiático” é longo, mas não como antigamente. No Brasil, temos três grandes exemplos; IZA, Jão e Luísa Sonza.

Todos deram início a carreira através de plataformas como o YouTube. Em poucos anos vieram contratos com gravadoras, participações em festivais, prêmios, programas em rede nacional e até mesmo indicação ao Grammy Latino, como no caso de IZA. Tendo em vista esses exemplos podemos observar que após o alcance de um número X de público (visualizações e curtidas), a mídia tradicional busca acolher aquele produto para, em seguida, promover um “pacto” com a audiência.

 

Mas qual o fator determinante?

O objetivo de todo artista é o reconhecimento do público, que se converte, na maioria dos casos, em sucesso midiático. E para isso existem várias maneiras de manter um determinado artista nos holofotes, ocupando os primeiros lugares das paradas musicais, por exemplo. Além do poder da mídia, outro ator sempre ocupou papel de destaque nesse cenário: o fã.

Porém, com o passar do tempo e a evolução das mídias – especialmente com a popularização das mídias digitais –, esse fã, agregando poder de divulgação das redes sociais, deixou de ser um “suporte” para ocupar lugar de destaque na engrenagem cultural. Ele pode ser responsável, hoje, por levar um artista que está sendo lançado nas novas plataformas a atingir um nível significativo de reconhecimento, com audiência maior do que aquela verificada nas redes tradicionais de mídia, sendo, então, o artista abraçado por esses veículos, como uma forma de atrair a audiência. Os três nomes já citados são exemplos perfeitos no país. Milhões de visualizações, curtidas e destaques em noticiários. Eis que a mágica acontece!

Observa-se isso nas publicações relacionadas a artistas que se lançaram pelo YouTube e redes sociais, na grande mídia como a revista Billboard, mundialmente conhecida no universo da música, além de constantes participações em programas de grande audiência nacional, como o Domingão do Faustão, da Rede Globo. Esse pode ser considerado um retrato da mídia tradicional em busca de um artista que faz sucesso na web. Vinte anos atrás, seria inimaginável tal personagem atingir uma publicação de tamanho prestígio não fosse a força da indústria fonográfica e da mídia tradicional atuando juntas.

Além disso, figuras relacionadas ao funk, que normalmente possuem pouca presença na TV, por exemplo, hoje em dia estão mais presentes, ainda que pouco, comparada a artistas de outros gêneros musicais. E isso se dá graças ao espaço conquistado nas novas mídias. Essa luta para ganhar visibilidade no mercado musical, sem os rótulos e os preconceitos habituais, faz crescer a discussão em torno do poder da Indústria Cultural na contemporaneidade, além de dar voz às minorias que trabalham para romper com esse modelo imperativo na cultura. E isso se deve ao público.

 

O papel do fã

A decorrência da Indústria Cultural é algo natural vindo da necessidade das massas por produtos de mesma natureza e o contrário também procede, nos denotando o teor ideológico dos processos de dominação. Com isso, podemos observar que o público é a chave fundamental para alavancar ou barrar uma celebridade. Pois, com sua opinião e argumentação, ele influencia muito mais do que, talvez, um portal voltado para o meio musical. E, o número de visualizações e curtidas certamente influencia no reconhecimento deste sucesso. Não é sem interesse que artistas incentivam seus fãs a ‘‘subirem’’ hashtags com seus nomes nas redes sociais.

 

Mas nem tudo mudou…

Se em um curto espaço de tempo temos nomes como estes atingindo grandes marcas, muito ainda está por vir e quem está no topo precisará sempre se reinventar. Mas, por outro lado, pode-se concluir que a indústria musical não mudou drasticamente ao longo das décadas. Fatores que serviam para caracterizar os artistas da década de 40 ainda prevalecem nos dias atuais. A Indústria Cultural não mostra indícios de inoperância, ao contrário, conserva-se pela sua capacidade de se adaptar a cada época.

Com a web 2.0, a tendência é que cada vez mais artistas como os citados acima surjam na mídia e se destaquem positivamente pelo trabalho, mas para que permaneçam no topo, será necessário que sejam abraçados, também, pela mídia e pelo mercado fonográfico, que eleva a fama, a visibilidade, já que atrai um número exorbitante de ouvintes, leitores e telespectadores de uma só vez, além de atingir áreas onde a internet ainda não chega. O público descobre e divulga, a grande mídia abraça e atrai a audiência, fazendo com que ele, o artista, permaneça no topo.

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